Carta

Amor,
Sei que há tempos tens-me acompanhado. Por noites seguraste minha mão, e foste o único motivo para que eu não caísse em prantos. Sei também que fizeste de mim uma boba, marionete sua para encantar e agradar ao outro. Por tua causa sonhei demais, acreditei demais, confiei demais. E também tua culpa que eu tenha diversas vezes caído, diversas vezes gritado. Quando estás comigo trazes essa aura de confusão; me fazes acompanhar-te em suas andanças com a tristeza, o ciúme, a raiva... Não sei o que me dás que me causa tamanha dependência do outro! Às vezes sinto que estou louca, que tanto sentimento junto não existe, que devo estar sonhando... Me fizeste passar por cada coisa; tantas noites maldormidas, tantas palavras jogadas fora, tantas tentativas frustradas de impressionar. Mas sei que tudo que fazes é porque me queres feliz. Acho que me colocaste junto do outro por algum motivo e, apesar de inacreditável, funciona! Já escrevi demais e até me perdi em tantas palavras; só queria dizer-te, amor, que te quero ao meu lado por mais um longo tempo. Não quero que me deixe viver com o outro sozinha. Preciso de ti conosco. Você, com sua confusão de sentimentos, é essencial em minha vida. Contigo pude passar belos dias de verão; contigo as noites são menos frias, tudo é mais doce, o mundo vive mais. Obrigada por tornar possível que eu partilhe de seus gestos e atitudes com quem eu quero bem.
Amorosamente,
Eu.


Bruna Góes

Comentários

  1. Ai de nós quando há um outro!
    Um outro qualquer: vocábulo, amigo, poeta predileto, amor...
    Uma dose de outro cai perfeitamente bem com poesia!

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  2. o comentário da jamile faz do meu mera insignificância. concordo totalmente.

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